Contexto Português
Por que passamos tanto frio dentro de casa?
- O parque edificado português é obsoleto, aproximadamente 70% foram construídos antes de 1990. A rápida urbanização e as graves carências habitacionais, da segunda metade do século XX, desencadearam um surto de construção clandestina e auto-construção, quando os regulamentos de desempenho energético para edifícios residenciais ainda não tinham sido implementados no país.
- Com construções pouco eficientes, sem manutenção frequente e que, de acordo com a ADENE, 69,5% das habitações avaliadas em Portugal tiveram uma classificação energética entre C e F – as classes menos eficientes, conforme o Sistema de Certificação Energética de Edifícios.
- O cenário nacional revela incapacidade de manter as casas quentes no inverno e frescas no verão, o que está relacionado com o peso elevado das faturas de energia no orçamento doméstico e com a utilização de equipamentos de climatização de baixa eficiência, como lareiras, aquecedores elétricos ou ventoinhas.
- Em Portugal, o frio presente nas habitações estará na origem de quase 25 % das mortes no Inverno, sendo os idosos os mais afetados.
Deste modo, a maioria das pessoas, em Portugal, negligencia o aquecimento das habitações, sendo considerado normal e aceitável sentir frio em casa durante o inverno. Segundo estimativas da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2023-2050, entre 1,8 a 3 milhões de pessoas estejam em situação de pobreza energética, das quais entre 609 mil e 660 mil se encontram em pobreza energética severa, fazendo deste país um dos piores da UE nessa matéria. O que não deveria acontecer porque todas as pessoas têm o direito de viver em condições dignas e que não ponha em causa a sua saúde e bem-estar.